Infecção hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando estiver relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Quanto mais grave e complexo o paciente, maiores são suas chances de ser acometido por uma infecção em ambiente hospitalar.

 
As infecções hospitalares são eventos comuns e que causam milhares de mortes no mundo inteiro, todos os anos. O aparecimento de uma infecção hospitalar faz com que a internação do paciente seja mais prolongada, o que aumenta tanto o sofrimento pessoal por parte deste e seus familiares, quanto os custos para a instituição.

 
Embora grande parte das infecções hospitalares sejam de origem endógena e, portanto, de difícil prevenção, é considerável o número de infecções hospitalares que podem ser evitadas. 

O controle das infecções hospitalares passa, portanto, por um conjunto de ações que ao serem implementadas repercutem diretamente na melhoria da qualidade dos serviços prestados pelos hospitais. Esse conjunto de ações constitui o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH).

 
Entretanto, é preciso lembrar que não existe hospital com taxa zero de infecção. Pelo fato de os pacientes estarem doentes, debilitados, muitas vezes com as suas defesas baixas, e sendo submetidos aos mais diversos procedimentos, isso os coloca sob um risco maior de adquirir uma infecção em ambiente hospitalar.

 
A Lei Federal 9.431 de 06/01/97 instituiu a obrigatoriedade da existência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares, definido como um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, tendo como objetivo a redução máxima possível da incidência e gravidade das infecções hospitalares.

 
Os principais fatores que contribuem para a ocorrência das infecções são a precariedade da infra-estrutura do setor da saúde e o desconhecimento, por parte da população, a respeito de infecções hospitalares. A principal medida para que se diminua a transmissão destas infecções é a lavagem das mãos, sempre antes e após manipular-se um paciente. Ressalta-se que os familiares e cuidadores também têm a responsabilidade de contribuir com o controle de infecção hospitalar, através da adesão à lavagem de mãos e da observância das medidas de isolamento e de bloqueio epidemiológico, quando aplicadas.

 
O Hospital de Caridade de Ijuí conta com Comissão e Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, composto por médica infectologista, enfermeira e técnicas de enfermagem com dedicação exclusiva ao serviço. Dentre as atribuições da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HCI destacam-se a implantação de medidas para diagnóstico, tratamento, controle e prevenção de infecções hospitalares, política de racionalização do uso de antimicrobianos e campanhas educativas. Ainda, há uma parceria muito importante entre o serviço de controle de infecção hospitalar e o laboratório de microbiologia, o que permite à equipe conhecer o perfil microbiológico da instituição e atuar de maneira direcionada quando da eventualidade de uma infecção hospitalar. Ressalta-se que a meta principal do SCIH é a prevenção e a vigilância de infecções, intervindo-se de maneira ativa e constante para a redução das taxas.

 
Entretanto, a colaboração da população é fundamental para que qualquer Serviço de Controle de Infecção possa realizar seu trabalho de maneira mais efetiva. Talvez muitos não saibam, mas um controle eficiente das infecções não depende apenas de procedimentos realizados no âmbito hospitalar. A população como um todo pode e deve contribuir, através da lavagem das mãos e da adesão às orientações dadas pelo SCIH quando da internação de um paciente.